terça-feira, 3 de novembro de 2009

O Brasil na Conjuntura da Segunda Guerra Mundial (Estado Novo)

  • As indecisões

Embora identificado com os regimes totalitários europeus, o Estado Novo getulista conservava-se neutro em relação ao conflito que eclodira em 1939, entre os Estados liberais e o nazi-fascismo europeus.
Apesar das pressões norte-americanas, o governo continuava indeciso. E essa indecisão era reflexo das tendências contraditórias dos homens do governo: enquanto Filinto Müller, chefe da polícia do Rio, e Francisco Campos eram favoráveis às potências fascistas do eixo Berlim-Roma-Tóquio, Osvaldo Aranha colocava-se contra. Entre as duas tendências oscilavam os generais Góis Monteiro e Dutra.

  • O rompimento com o Eixo

A inclinação a favor das potências aliadas deu-se a partir do sucesso das negociações de empréstimos entre o Brasil e o Eximbank, em 1941. Já na II Conferência de Consulta dos Chanceleres no Rio de janeiro, em meados de janeiro de 1942, a aliança política entre Brasil e Estados Unidos foi efetivada. Tornou-se inevitável o rompimento das relações diplomáticas com o Eixo. Em março do mesmo ano, o comprometimento do Brasil se aprofundou, com a assinatura de um acordo que permitia aos Estados Unidos a utilização das costas nordestinas como bases aeronavais.

  • A entrada do Brasil na guerra

A participação direta do Brasil no conflito mundial aconteceu após repetidos ataques aos navios brasileiros por parte da força submarina alemã. Cerca de dezoito navios foram perdidos nesses ataques, realizados até em águas brasileiras. Além das perdas materiais, 607 brasileiros foram mortos.
Evidentemente, isso provocou reações espontâneas que resultaram em manifestações populares exigindo a entrada do Brasil na guerra. Em 21 de agosto de 1942, finalmente, Osvaldo Aranha, ministro das Relações Exteriores, declarou oficialmente guerra contra a Itália e a Alemanha.
A participação do Brasil limitou-se de início ao fornecimento de matérias-primas estratégicas e ao auxílio no policiamento do Atlântico Sul. Somente em 1944 foi enviado à Itália um contingente de 23 334 soldados, que formaram a Força Expedicionária Brasileira (FEB), sob o comando do general Mascarenhas de Morais. Na Itália, incorporada ao 5°. Exército norte-americano - chefiado pelo general Clark -, a FEB obteve algumas vitórias contra as tropas fascistas, destacando-se as batalhas de Monte Castelo e Montese.
No entanto, o triunfo das forças democráticas do mundo contra a barbárie fascista pôs o Estado Novo em posição extremamente incômoda. No dia seguinte ao final da guerra, a ditadura de Vargas já não tinha lugar, pois havia sido ultrapassada pelos acontecimentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário